Um programa que une musicalização, disciplina e inclusão social tem transformado a rotina de 40 crianças e adolescentes na comunidade quilombola de Trindade III, zona rural de Acará. É o programa PMZito, uma iniciativa da Polícia Militar do Pará que oferece aulas de música, noções de cidadania e outras atividades formativas a jovens de 10 a 15 anos. As aulas ocorrem aos sábados, das 8h ao meio-dia, e contam com a participação ativa de crianças de 14 comunidades da região.
FOTO: PMPA
De acordo com o segundo sargento José Sodré, professor de música e integrante da Banda de Música Bicentenária da Polícia Militar, o projeto vai além da teoria musical. “Aqui, as crianças aprendem flauta, canto coral e também noções de primeiros socorros, ordem unida e atividades ligadas à cultura quilombola, como maracatu, capoeira e samba de roda. A comunidade nos acolheu com entusiasmo e já estamos planejando abrir uma segunda turma, pois a demanda cresce a cada dia”, explicou o militar.
Para o presidente da associação local, Ozeia Sés do Rosado, o PMZito quebra barreiras históricas entre o povo quilombola e as instituições de segurança pública. “Sempre fomos vistos com certo preconceito. Mas esse projeto mostra um outro lado da polícia, aproximando as crianças e gerando respeito mútuo. É algo que beneficia a todos: alunos, famílias, comunidade”, afirmou.
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A realidade de muitas dessas crianças é marcada por dificuldades. Algumas chegam a caminhar até 12 quilômetros para participar das atividades.
Ao contrário da aluna Mayrlla do Espírito Santo da Silva de 13 anos, que compartilhou sua história. “Moro com minha avó, que sempre cuidou de mim. Venho a pé com minha prima, em cinco minutos estamos aqui. Ganhamos uniforme, aprendemos a cuidar dele. O projeto me ensinou a respeitar as pessoas e a valorizar os outros. Eu gosto muito de estar aqui”, disse a aluna.
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Hoje foi a aula inaugural do PMZito na comunidade quilombola na cidade de Acará, que começou seus trabalhos oficialmente em abril deste ano em treinamento para o grande dia de hoje, e tem previsão de encerrar a primeira turma em dezembro. Mais do que oferecer atividades aos sábados, o projeto tem impactado positivamente a autoestima, a rotina e o futuro de dezenas de crianças e adolescentes da região
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Madrinha do programa PMZito, Sue Anne Mourão falou sobre a importância da turma em comunidade quilombola: “é uma ponte entre a cultura quilombola, a educação e a cidadania, conduzida ao som da música, do respeito, educação e da esperança. Com esses pilares tenho certeza que desenvolveremos crianças para um futuro melhor.
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